Mas e se pudéssemos jogar todos os livros fora e carregar conosco apenas a página do agora?
Seria essa, a vida que eu sempre procurei? Aí é que reside o cerne da questão. A vida que eu sempre procurei é, justamente, viver procurando. É eternamente cavar fundo até encontrar, em peito alheio, um coração parecido com meu.
Forjada com lágrimas contidas, a felicidade anunciada se derrete com a chegada do primeiro sinal do amanhecer.
Mortos um a um, restam apenas os feridos: eu e tu.
Se tu esperares demais do mundo, das pessoas ao teu redor, podes ter uma única certeza: a decepção, implacável e impetuosa.
O ar, utilizei todo ele na tentativa de gritar. Ninguém ouve. Não daqui, onde estou. Eu poderia ficar sentado à borda desse penhasco, observando todos os que, caminhando ao meu lado, decidiram encerrar ali suas jornadas. Desobedeço… sempre. E, uma vez sem ar, resta a mim conferir se me calarei com o impacto ou por apneia.
Meus pensamentos são como um farol que não consegue se esconder na praia deserta. Ele sempre estará lá, ao alcance dos teus olhos, te impedindo de naufragar em mim. E não há nada capaz de me apagar.
Só queria, por meia-hora que fosse, me ver diluído no horizonte de uma noite qualquer. Uma dessas em que tu vagas por aí sozinha, trocando pernas, balbuciando impropérios ao vento. E ter o que eu sinto invisível aos teus olhos. Por meia-hora que fosse, te fazer me querer sentir na meia-hora seguinte.
Quanto mais claro fica para mim a noção do que é certo, mais meus pés apontam para o obscuro caminho do absolutamente desconhecido.
E é tão real, o pesadelo de perder o discernimento pra sempre.
O que eu aprendi com o amor? Palavrões novos.
Lucas Silveira.
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