inapta a viver de cabeça leve

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

G

Talvez nem faça mais sentido escrever sobre isso, ou talvez não faça sentido não escrever.
Foram meses mas parecem anos, as coisas estão se espalhando pelo ar, tudo se perdendo. Talvez eu devesse te ligar, escutar sua voz, ouvir sua risada, suas piadas idiotas. Nada faz sentido mesmo.
As coisas mudaram, amor. Sua camiseta com cheiro de suor, lembranças de uma história tão conturbada. Às vezes consigo te ver agachado no canto da parede chorando, as vezes lembro do medo dos seus socos na parede e da sua voz num tom tão bravo que quase me deixava . As vezes lembro de estar deitada no chão da sala olhando seus olhos verdes, lembro da sua risada por me enganar com histórias bobas, lembro das nossas primeiras vezes em tudo.
O jeito que você canta, fechando o olho e mexendo a sombrancelha e a cabeça entre os movimentos rápidos pra arrumar o cabelo que caia no rosto.
Os filmes, sua implicancia, suas dancinhas.
Nunca fui um texto teu, por 3 anos eu nunca fui a princesa, nunca fui a menina linda do cabelo azul, nunca tive uma música que não contasse sobre um defeito terrivel meu.
Mas os amores problematicos deixam marcas.
"Olha pra mim, você já é uma mulher, já tem quase 18" ouvi de um moço por aí que acha que minha timidez com gente que eu não conheço não faz sentido.
Queria ser sua Letícia, aquela do moletom e do cabelo colorido, aquela do all star rabiscado.
Mas eu cresci, eu sou mulher, eu mudei.
Eu sou maré viva

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