inapta a viver de cabeça leve

sexta-feira, 11 de abril de 2014

As coisas sempre passam mais rápido do que eu possa acompanhar, já disse isso milhares de vezes.
Eu não sei muito bem sobre o que falar, mas sei que preciso ( como sempre, der).

Sabe aquela rotina que eu não suportava? Que eu enchia o saco pra fazer qualquer coisinha diferente e você falava que gostava daquela certeza do domingo, daquela "comodidade" e eu achava entediante? Sinto falta.
Estranho como não conheço mais tanta gente.

Uma vez eu conheci um cara, ele era meio maluco, eu não entendia as piadas dele, ele tinha uma vida meio estranha... sempre estávamos juntos e ele mentia umas coisas que não faziam sentido, eu não sabia onde ele morava direito, não sabia nem ao certo a idade dele. Ele tinha uma mania esquisita de dançar em público e fazer piadas que me assustavam, ele tinha umas histórias estranhas que num geral não faziam sentido, mas eu ria bastante. Ele tinha um tênis vermelho com umas coisa de oncinha, eu achava meio estranho.
Uma vez ele tirou uma foto com as minhas duas melhores amigas, e meu deus, ele parecia tão lindinho naquela foto. Ele tinha o olho de várias cores, não era verde, não era azul, não era castanho. Era uma cor legal, diferente.
O tempo passou e começou uma onda de todo mundo ter tecnologia, uma coisa de necessidade de se auto divulgar e tudo mais e ele tocava, desenhava, escrevia... Mas ele não ligava, ele era tão ele. Ele não ligava pro mundo ao redor, não ligava pro que tava acontecendo, não ligava pra ninguém e ele tinha uma opinião tão estranha e pessoal sobre as coisas e isso era tão legal. Ele era tão engraçado, cheio de histórias, incrivelmente imprevisível e misterioso, passei tanto tempo sem entender nada. Ele dizia que podia passar um mês sem internet e celular e de fato podia! Algumas vezes era até dificil encontra-lo porque ele era tão desligado e indiferente com o resto do mundo inteiro que acaba vivendo naquele mundo magico que só ele entendia. Eu amava isso, amava o jeito que ele era tão estranho, amava não entender nada, amava quando ele me achava maluca por não entender nada, amava quando ele dançava em público, amava a forma como ele fazia eu passar vergonha em público, amava a risada meio boba dele, amava quando ele enrolava pra me falar alguma coisa importante, amava como ele sabia tanta coisa que eu não sabia, amava o jeito que ele me olhava, amava quando ele me abraçava, amava como ele era totalmente sem sentido, amava como eu me apaixonava por ele e queria negar, amava me segurar pra não ligar pra ele, amava ficar com vergonha quando tinha que ligar, amava quando ele me mandava sms pra falar nada.
(...)
Não conheci um cara, ele era tão raso, estranho e distorcia histórias. Ele odiava as lembranças e apagava artes antigas, ele elogiava pessoas e dava em cima abertamente, ele chamava de linda quem ele mal conhecia e esquecia de dizer isso pra ele amava a um tempo atras. Não conheci um cara, que fazia graça pra rirem, que não escrevia mais textos, que não era mais assim tão apaixonante e não comum, agora ele parece com todo mundo, tão vazio e igual.
Eu não me salvo, também fiquei igual, deve ter sido culpa de ter DESconhecido ele. Eu não entendia tantas palavras dificies, não entendia um monte de metáfora, não sabia andar sozinha por ai, nunca tinha pintado o cabelo, não tinha muita vida antes. Eu era tão eu, tão feliz sem motivo, tão sem noção em 90% das vezes, mas eu andava com meu jeans e meu moletom, meu cabelo sem pentear, meu all star riscado..




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